sexta-feira, 30 de julho de 2010

Aquicultura e Pesca Capixaba na Gran Expo 2010

A ASCAPENHA participará da Gran Expo (ES) 2010, que este ano contará com Aquicultura e Pesca Capixaba em destaque. A aquicultura terá uma rica programação técnica com palestrantes de renome nacional e internacional, aulas-show, mini-curso, aquários, pesque pague, comercialização de pratos e mais de 800m² de estandes de empresas, associações, cooperativas e instituições ligadas ao setor.

A programação completa, que ocorrerá de 10 a 15 de agosto no Pavilhão de Carapina (Serra-ES) está no folder a cima (clique na imagem e ela aparecerá legível). Além da programação ligada à Aquicultura e Pesca, o evento contará com shows, feiras e exposições agropecuárias, mostras de ciências, feira dos municípios e muitas outras atrações que podem ser conferidas no site WWW.granexpoes.com.br .


Alunos da Teotônio Brandão participam de campanha de educação ambiental

27/07/2010 - 12:43

Cerca de 100 alunos da 4ª série da Escola Estadual Teotônio Brandão Vilela, que fica em Nova Rosa da Penha, Cariacica, fizeram uma visita educativa ao manguezal de Vila Cajueiro, que fica no mesmo município. Orientados por representantes da prefeitura e da Associação dos Pescadores Artesanais da Grande Nova Rosa da Penha (Ascapenha), eles aprenderam sobre a importância e o funcionamento do ecossistema.

Os objetivos do passeio foram celebrar o Dia Mundial do Manguezal, comemorado dia 26 de julho; valorizar a profissão de catador de caranguejo, pois muitas famílias na comunidade vivem dessa profissão; e conscientizar sobre a queda na população do crustáceo e das áreas de manguezal.

Segundo a diretora da escola, Josemária Soares, a visita é complementar, pois os alunos já haviam estudado em sala sobre as espécies, o manguezal e seu funcionamento, “Eles vivenciaram na prática o que conheciam em teoria”, disse ela.

A diretora explicou que há 22 famílias de catadores que tem seus filhos matriculados na Teôtonio Brandão, o que reforça a importância da conscientização dessas crianças sobre a queda da população do crustáceo e sobre o conhecimento das áreas de manguezal.

“Eu catava duas dúzias e meia de caranguejo e hoje não consigo nem meia dúzia”, conta um dos representantes da Ascapenha Antonio Jesus da Silva. “Com a conscientização, talvez o quadro possa ser revertido sem parar a cata. Muitos pescadores só tem esse sustento”, disse a diretora.



“A cata é tradição na região banhada pela parte preservada do Canal de Vitória e, ao mesmo tempo, os manguezais têm uma grande importância para a vida marinha: cerca de 90% das espécies de peixes vêm ao mangue, seja para os ritos de procriação ou para a desova”, destacou a coordenadora do Projeto Povos e Mangues da Prefeitura de Cariacica, Veruska Ferraz

Para os alunos foi uma experiência nova. Alguns nunca tinham ido ao mangue e não conheciam de perto as espécies do ecossistema. Além de aprender e experimentar, os pequenos também se divertiram com o passeio e com as descobertas e o conhecimento ficou gravado. “Devemos preservar o mangue porque ele é o berço para reprodução das espécies marinhas”, falou o aluno Robert Silva Bragança, 9 anos. “Temos que conscientizar os catadores para catar na época certa para não acabar com a espécie”, afirmou Ana Luiza Rodrigues Pereira, 10 anos.


Informações à Imprensa: Assessoria de Comunicação da Sedu
Álvaro Muniz e Daniele Bolonha
E-mail: amneto@sedu.es.gov.br / dtbolonha@sedu.es.gov.br
Texto: Rafael Louzada

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Quem um dia já catou mais de 20 dúzias de caranguejo em três dias hoje não consegue nem três"

Frederico Goulart - A Gazeta

Há nove anos, quando acordava cedo para mais um dia de sua dura rotina de trabalho como catador de caranguejo, Charles André Rosa, hoje com 39 anos, carregava consigo a certeza de que ao final do dia ele traria o suficiente para o sustento de sua filha recém-nascida.

Veja os destaques do jornal A Gazeta

Quase uma década depois - e muita poluição no meio desse caminho - a certeza deu lugar à dúvida e à necessidade de mudança de vida. Charles teve que se adaptar a uma nova função, para ter o mínimo de dignidade na hora de voltar para casa.

"A falta de caranguejo nos manguezais da Grande Vitória me fez passar a pescar peixes, o que representa uma renda muito menor. Agora nós, ex-catadores de caranguejo, temos que arrumar um jeito de comprar um barco grande para pescar em alto-mar, pois continuar assim não dá", diz.

Pescador há mais de 20 anos, Charles se criou e na comunidade de Nova Canaã, em Cariacica, e hoje faz as contas de seu prejuízo. "Em três dias no mangue, eu chegava a pegar até 20 dúzias do crustáceo. Hoje, quem sai não pega nem três. Não vale a pena. Um quilo de peixe a gente vende a R$ 5, já a dúzia de caranguejo vendíamos a R$ 20", detalha o pescador que faz questão de lembrar que o problema que começa ali termina no consumidor. "Hoje o produto está muito mais caro."

Amigo de Charles, Adílson Lucas Vaz, o Xaropinho, de 50 anos, enfrenta a mesma dificuldade. "Há 10 anos eu tirava daqui nada menos que 100kg de marisco. Hoje, não tiro nem 40kg. É muito lixo e pouco peixe", desabava.

Extinção
Rosinéia Pereira Vieira, presidente da associação de pescadores de Porto de Santana, é outra que engrossa o coro dos descontentes: "Nos últimos tempos, pescamos 70% a menos. Caranguejos, hoje só existe em São Mateus e Santa Cruz. Em Vitória está tudo acabando, por causa da poluição", lamenta.

Documentários mostram problemas
A dificuldade enfrentada pelos catadores de caranguejo e pescadores de Cariacica motivou a produção de documentários expondo todo o problema. Além de protagonistas, eles também foram co-produtores dos vídeos feitos em parceria com o Instituto Marlin Azul. A iniciativa faz parte do projeto "Povos e Mangues: o Audiovisual na Educação Ambiental de Cariacica", desenvolvido desde 2009.

Na última segunda-feira, foi a vez do lançamento do documentário "O Povo do Mangue", realizado pela Associação de Pescadores Artesanais da Grande Nova Rosa da Penha (Ascapenha). A obra - que integra uma série de três documentários - aborda tudo o que ameaça a sobrevivência do manguezal.

Os vídeos são resultados das oficinas gratuitas realizadas pela instituição junto a trabalhadores de três associações de Cariacica (Porto Santana e Nova Canaã são as outras).

Formação
O projeto também ofereceu formação nas áreas da linguagem e das técnicas audiovisuais. A construção do roteiro aconteceu de forma coletiva no decorrer dos encontros com a equipe do instituto. Depois, cada associação montou um plano de produção e de filmagem com a orientação de profissionais e, em seguida, gravou as imagens e entrevistas.

Além do Instituto Marlin Azul, o projeto tem patrocínio do Ministério da Justiça, e a parceria da Secretaria de Meio Ambiente e da Secretaria de Educação da Prefeitura Cariacica, além da ONG Bioma Brasil.

Projeto pode ajudar a repovoar os mangues
Um projeto que está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) vai ajudar a repovoar o manguezal de Vitória, trazendo esperança para os catadores de caranguejo que dependem desse ecossistema para sustentar suas famílias. A ideia é criar larvas de caranguejo-uçá em um viveiro e depois soltar os filhotes no mangue. O Laboratório da Base Oceanográfica da Ufes, em Aracruz, programou soltar neste ano cerca de 20 mil megalopas - larvas de caranguejo-uçá. Atualmente, há cerca de 135 famílias que dependem da cata dos caranguejos para se sustentar.

Reprodução: Gazeta on Line (14/07/2010)

Foto: Solange Souza

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ascapenha participa da produção de curta metragem sobre Educação Ambiental

Os pescadores do Município Cariacica (Espírito Santo) produziram um curta-metragem, como parte dos resultados do projeto, o Audiovisual na Educação Ambiental de Cariacica - iniciativa do Instituto Marlin Azul em parceria com o Ministério da Justiça.

Os pescadores envolvidos nesse documentário participaram de um "aulão" sobre o roteiro, captação de imagens e edição para realização do vídeo digital.

Foram realizadas oficinas junto com os pescadores da Ascapenha, visita ao Manguezal de Vila Cajueiro para captação de som e imagens para execução do vídeo, treinamento das principais etapas de produção, onde ficaram divididas as funções de cada um, sendo que os próprios pescadores que produziram o documentário, para realização do filme. Tendo como objetivo estimular a conscientização ambiental dos demais moradores e o fortalecimento das comunidades ribeirinhas. Foram beneficiados com este projeto pescadores da Associação de Pescadores de Nova Canaã, Associação de Catadores de Caranguejo de Porto de Santana/Mangue Seco e Associação de Catadores da Grande Nova Rosa da Penha.

O Vídeo será lançando no dia 12 de julho às 18 horas na Escola Teotônio Vilela Brandão

(Ponto final de Nova Rosa da Penha II – Cariacica – ES)